sexta-feira, 21 de setembro de 2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012

APENAS UM COMETA



Não tentes entender-me 
Sou como o vento
Não tenho destino
Apenas passo 
Aproveita a brisa...
Não me prendas

Não me possuas
Sou como a água 
Se presa, evaporo 
Mate apenas a tua sede!

Não tente guardar-me 
Não me aprisiones
Sou como as flores 
Colhida , feneço
Guarda-me o perfume 
Não me modifiques 

Sou como um sonho
Uma ilusão
Não me acompanhes
Não tente seguir-me 
Sou como um cometa solitário
Apenas ... admira-me !!

Encontrei esse texto escrito nos meus guardados , não tenho a idéia do autor ou da autora , infelizmente não sei , mas só posso agradecer , porque retratou exatamente um momento meu .

terça-feira, 3 de abril de 2012

O AMOR MADURO



Esse texto do Arthur da Távola eu já conhecia ha anos , mas nunca tive a oportunidade de postar  ( apesar da vontade ..rs ), sou extremamente fiel à mim mesma e ao que sinto, jamais iria mascarar sentimento algum.
A vida tem me ensinado a ampliar os horizontes do gostar , do querer e principalmente do Amar.


Hoje posso dizer que :
Não peço....tenho
Não reivindico ....consigo
Não percebo...recebo
Não exijo...dou 
Não pergunto....adivinho 



O amor maduro não é menor em intensidade.
 Ele é apenas silencioso.
 Não é menor em extensão. É mais definido, colorido e poetizado. Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento.
 Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.

O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo.
 Mas vive dos problemas da felicidade.
 Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer.
 Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.

Na felicidade está o encontro de peles, o ficar com o gosto da boca e do cheiro, está a compreensão antecipada, a adivinhação, o presente de valor interior, a emoção vivida em conjunto, os discursos silenciosos da percepção, o prazer de conviver, o equilibrio de carne e de espírito.

O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa.
 Ele vive do que não morreu mesmo tendo ficado para depois.
 Vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados, cheios de sementes.

Ele não pede... tem. 
Não reivindica... consegue.
 Não percebe... recebe.
 Não exige... dá.
 Não pergunta... adivinha.
 Existe para fazer feliz.

O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão. Basta-se com o todo do pouco.
 Não precisa e nem quer nada do muito.
 Está relacionado com a vida e sua incompletude, por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso.

É feito de compreensão, música e mistério.
 É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança. É o sol de outono: nítido mas doce..., luminoso, sem ofuscar..., suave mas definido..., discreto mas certo.

Um Sol que aquece até queimar.

domingo, 25 de março de 2012

UM DIA....

Um dia percebemos que ninguém nos faz sentir inferior sem o nosso consentimento...
Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer a outra é bobagem...
Um dia percebemos que a diferença entre o fracasso e o sucesso está numa tentativa a mais ...
Um dia percebemos que lembrar é fácil pra quem tem memória...
Difícil é esquecer pra quem tem coração...
Um dia acreditamos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum nos atrai ...
Um dia saberemos que ser classificado como bonzinho não é bom...
Um dia percebemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você ...
Um dia saberemos a  importância da frase :
" Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas "
Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém, mas não damos valor á isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta , mas aí já é tarde demais ...
Enfim...Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos , para dizer tudo o que tem que ser dito...
o jeito é : ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar tudo o que  desejamos 
O autor desse texto ?
O TEMPO é o melhor autor : ....Sempre encontra um final perfeito ....

sexta-feira, 23 de março de 2012

ÉVORA







Achei esse trecho aqui na internet da Fernanda Melo , gostei muito e peguei emprestado , porque realmente tem muito a ver comigo.

"Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar.
 Mas por dentro eu deliro e questiono.
 Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa.
 Eu quero mais que isso.
 Quero o que não vejo.
 Quero o que não entendo.
 Quero muito e quero sem fim.
 Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar.
 Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. 
Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida.
 E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá."

Minhas asas me levaram até Évora , em busca de um passado quase perdido.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

NUNCA SE CHEGA A PARIS A PRIMEIRA VEZ

Estava relendo J.G De Araujo Jorge e encontrei uma descrição dele ,sobre Paris , que foi a mais fiel que ja tinha lido.

" Como homem e como poeta vou carregando um pequeno drama: conheci Paris muito cedo, com dezoito anos, e receio revê-la tarde demais.
Há idade para se conhecer Paris, como há idade, por exemplo, para se beber.
 Muito jovens, não bebemos: apenas nos embriagamos; muito velhos, o fígado, “esse infame policial”, nos mantém temerosos, e já não podemos escalar os muros ao redor, ou tentar fugas ao encontro da vida e do sonho.
Na verdade, não conheci Paris; olhei-a apenas nos olhos.
 E, como é natural, a Paris que encontrei foi a do Folies Bergère, do Maison dês Nudistes, do velho Moulin Rouge, dos bares alegres, dos cafés mundanos se espraiando pelas
largas calçadas dos boulevards.    Era uma mocidade em férias, um adolescente poeta brasileiro que fora a Portugal numa caravana de estudantes, e que, depois, se perdera pela Europa enquanto os seus colegas voltavam ao Brasil.  
Lembro-me daquela noite em que saltei na Gare du Nord, vindo do Havre.
 De maleta em punho, antes de ir para o hotel, eu só pensava numa coisa: ver a Torre Eiffel. Queria me convencer de que aquilo era Paris, que não estava sonhando.
 E só quando descortinei do alto do Trocadero, no Champs de Mars, a sobra do seu vulto sobre o fundo iluminado da noite parisiense, me dei por satisfeito.    
Mas operou-se, então, em mim, uma repentina transformação, A ânsia da expectativa, do encantamento, transmudou-se numa tranqüila emoção de reconhecimento.
 De repente, percebi que nunca se chega a Paris pela primeira vez.
 Eu já tinha estado ali, certamente - quando, não sabia, - e aquelas ruas, aqueles monumentos, aquela paisagem, tudo me era familiar.
 Não conseguia olhar com olhos de inédito, nem experimentar a emoção do forasteiro diante de um lugar desconhecido.
 E a impressão iria confirmar-se depois, com mais vagar, enquanto sobrevoava Paris, seus boulevards, seus teatros, cabarés e lugares pitorescos.
  Era como se estivesse retornando a uma cidade de onde partira na infância, talvez.
 Estava revendo Paris.
 De repente, retocava a paisagem esbatida com nova presença.
Eu já passara antes por aqueles vendedores de livros e gravuras, com seus mostruários debruçados sobre o Sena; aquela pesada Notre Dame, povoada de história e de lendas, com seus nichos de pedra e seus apóstolos, com seu pequeno jardim e seus pombos, me parecia tão reconhecida como a igrejinha de S. Sebastião, se pudesse revê-la, nas barrancas do rio Acre; aquelas ruas do Quartier Latin, pululando de estudantes, e Montmartre, e Pigale, com seus cabarés, seus bares e cafés literários, eram um mundo que vinha à tona de regiões imponderáveis.
Poderia cruzar em Montmartre por La Goulue ou por Jane Avril, vindas do Can-Can, ou das pinturas de Toulouse Lautrec; encontrar no Quartier Latin os estudantes pobres e as costureiras românticas de La Bohème...
   Ninguém chega a Paris pela primeira vez. É impossível.
 Todos nós nascemos, vivemos, amamos, morremos em Paris em infinitas encarnações.
 Nélson Rodrigues diria que o abominável Homem das Neves, o mais branco zulu africano, ou o mais frígido esquimó da Groelândia morreu de amores por Paris sem saber.
 Como o mar, como o céu, como o sol, Paris está em toda parte: não é apenas uma referencia geográfica, ou mais uma cidade.
 Amá-la não desnacionaliza, antes, amplia o nosso amor até os limites do universal
. O mais ferrenho patriota, ao lado do Hino Nacional de sua terra, entoa, no coração, a sua Marselhesa. Paris está em nosso sangue, no nosso espírito, na infância, na adolescência, em todas as idades. É História, nos livros escolares - Joana dÁrc, Maria Antonieta, Napoleão,- romance e ficção, em Júlio Verne, Alexandre Dumas, Victor Hugo.
Literariamente, moramos em Paris. Clássicos, românticos, parnasianos, simbolistas, foram vizinhos e companheiros de seus mestres: Ronsard, Musset, Verlaine, Baudelaire. Somos, por isso, o Petit Trianon.
É como se o salão de Nodier abrisse suas janelas, não para a rua Sully e a ilha de Louvier, mas para a Rua do Ouvidor, ou para a Glória...
 E já que o curso destas considerações me levou aos Nodier, lembro-me daquela que foi a namorada de três poetas, a musa do romantismo francês, e a quem foram dedicadas as mais belas poesias de amor: Marie Nodier.
Uma dessas poesias, um soneto, escreveu-o um poeta menor, então quase desconhecido, Félix Arvers, no mesmo álbum em que figuram originais autografados de Musset, Victor Hugo, Vigny, Lamartine, Saint-Beuve. A França vivia seu apogeu romântico."
A melhor homenagem a Paris -a cidade luz dos turistas - a capital do amor e da poesia, para os amantes e poetas de todo mundo, será fechar esta página com o mais célebre soneto de amor de todas as literaturas. Traduzi-o, ainda agora, para a coletânea “Os mais belos sonetos que o Amor inspirou”, volume III:Soneto de Arvers
Na alma tenho um segredo e na vida um mistério
um grande e eterno amor, num momento irrompido;
é um mal sem esperança, e assim, profundo e sério,
aquela que o causou nem sabe que é nascido.
Azar! Passo a seu lado, em vão, despercebido,
portanto, sempre só, sem nenhum refrigério,
e hei de chegar ao fim, à campa, ao cemitério,
nada ousando pedir ou tendo recebido.

E ela que o céu criou boa e terna, hei de ver
seu caminho a seguir, e a ouvir, sem entender,
o murmúrio de amor que a seus pés se erguerá;

a um austero dever, piedosa, se desvela,
e dirá quando ler meus versos cheios dela:
- “Que mulher será essa?”... e não compreenderá.
        


   
                                                                                       
                                                                                                                               

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PEQUENOS DETALHES



Sem dúvida alguns gestos , mudam o contexto de uma situação ...rssss